sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Avalanche

"Et le Temps m'engloutit minute par minute,
Comme la neige immense un corps pris de roideur;
— Je contemple d'en haut le globe en sa rondeur
Et je n'y cherche plus l'abri d'une cahute.

Avalanche, veux-tu m'emporter dans ta chute?"

Esse trecho é de um dos poemas que mais gosto de Baudelaire (le gout du néant). O último verso exerce sobre mim um fascínio especial. Ele me atrai de um modo tão primitivo e profundo quanto a atração que eu sinto pelo chão quando eu o olho desde o décimo quarto andar do meu edificio. É como sentir ao mesmo tempo o prazer da vertigem, a adrenalina do perigo e a proteção da morte. Quando me sinto engolida pelos dias e soterrada por uma avalanche de coisas prosaicas que caem secamente sobre mim, eu paradoxalmente penso na poesia de Baudelaire...e repito baixinho várias vezes: veux-tu m'emporter dans ta chute? É uma forma de resistência. Com glamour....

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Deleuze



"Como cada um de nós era vários, já era muita gente"

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Gesang zwischen dir und mir

siehst du den Abendstern?
ich sehe
hörst du den Wind?
ich höre
fühlst du die Ewigkeit?
ich fühle
und dein Name?
nenne mich Nacht
woher kommst du?
aus deiner Einsamkeit
wohin gehst du?
in deine Innigkeit
gib mir die Hand

(Friederike Mayröcker)

sábado, 11 de outubro de 2008

My own private Everest


É preciso viver com a certeza de que envelheceremos e não será bonito, nem bom, nem alegre. E pensar que é agora que importa: construir agora, alguma coisa, a qualquer preço, com todas as nossas forças. Sempre ter na cabeça o asilo de idosos a fim de nos superarmos a cada dia, para tornar cada dia imperecível. Escalar passo a passo nosso próprio Everest e fazê-lo de tal modo que cada passo seja um pouco de eternidade.