quarta-feira, 11 de março de 2009

raio verde

Eu já estou no meio de uma nova semana e o tempo passou por mim na velocidade de um veludo macio. E foi tão rápido que parecia estar parado. Há certos movimentos que não podemos captar com os nossos olhos e por isso são como se fossem estado de repouso. Se não podemos ver a diferença, ela não existe. Algumas pessoas passaram por mim e eu nem notei. Algumas não me notaram. Há um tipo sutil e frágil de beleza na discrição. A beleza das existências que estão quase a se apagar. Efêmeras e transitórias como o vaga-lume que se afasta na noite. Primeiro, seu brilho fraco se confunde com o das estrelas e nos enche de esperanças. Achamos que finalmente veremos as estrelas voarem e poderemos tocá-las. Mas ele logo se perde na escuridão. Aos poucos sua luz reiterante vai se borrando. Vai virando uma linha fina e decrescente. Um interlúdio de luz verde que deixa rastros fracos de realidade. Seres desse tipo são feitos para se perderem e transformarem beleza em memória. Existem para acharmos que nunca existiram.

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