sábado, 27 de março de 2010

insolação.

- Eu estou esperando alguém.

- Essa é uma frase muito bonita.

- Voce quer tomar um café?

Assim termina o filme. Vc viu o filme antes de termos nós mesmos pronunciado essas frases na semana passada. E pode ser que só esse fato já faça diferença na opinião que temos sobre o final do filme. Com tantas coisas inexplicadas, e que por isso parecem tão reais. São a mesmas frases, só que em ordem diferente. Faz toda a diferença não acabar na frase do café. É, a da espera é uma frase bonita mesmo. A espera é bonita não tanto porque as possibilidades de quem espera sejam infinitas, mas porque achamos que são. E alguém fala uma frase parecida com essa logo no começo do filme, mas sobre a juventude. Que não deixa de ser um tipo de espera também. Eu diria que é um tipo de beleza em abstrato. Porque quase sempre o que é bonito de contar é ruim de viver. Eu queria que a espera fosse mais curta do que o tempo que eu levo para pronunciar por inteiro a frase: - Eu te espero. Assim, quando eu terminasse de falar o o, a frase já seria obsoleta. Mas ainda seria bonita.

- Logo. [Você me diz.]

- Quão logo é logo? [ Eu pergunto e penso que essa frase parece de uma música do Belle & Sebastian.]

- A sua testa está quente. Parece que você pegou uma insolação. [Essa frase também veio do filme. E o calor é o que estou sentindo agora.]

Nenhum comentário: