segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Låt den rätte komma in


“Seja eu um pouquinho”. É só isso que Eli pede a Oskar. É só disso que um amor precisa. Não é tão difícil assim amar, e só que às vezes as pessoas estão entretidas demais consigo mesmas. Ou simplesmente não querem olhar. Evitam a decepção, como se pudessem evitar os dias de frio. Como se fosse melhor se proteger deles. Mas isso é para aqueles que têm expectativas demais. Que não estão realmente suscetíveis ao outro. Que não conseguem descobrir a beleza dos jardins secos nos tempos de neve. A vantagem de ser um garoto de doze anos que apanha na escola é a de não haver alarmes, nem julgamentos. Talvez seja mais fácil entender o que é amizade e amor de verdade quando vc já foi um deles. Porque viver no mundo das pessoas não-ideais é não precisar fazer perguntas demais e não precisar explicar. Simplesmente entender. Simplesmente aparecer para não passar sozinho uma noite escura. Dar-se mãos mesmo que isso não se encaixe em nada. E não se encaixar não muda nada. Tá tudo certo. Tá tudo certo entre aqueles que ficam em silêncio, nunca sabem direito o que dizer, mas acabam dizendo tudo só com um abraço. No mundo das pessoas não-ideais nós nos sentimos protegidos pela fraqueza do outro. Não duvidamos que o fantástico pode mesmo existir e desejamos incondicionalmente o real.